domingo, 9 de fevereiro de 2014

A história



A Liberdade é um distrito da região central da cidade de São Paulo. É o maior reduto da comunidade japonesa na cidade, a qual, por sua vez, congrega a maior colônia japonesa do mundo, fora do Japão.


O nome do distrito vem da época em que no Brasil existiam escravos, a área era conhecida como Campo da Forca, sendo essa a única "Liberdade" aos escravos ou transgressores. A Igreja da Santa Cruz localizada no centro do bairro era mais conhecida como a Igreja dos Enforcados. Ainda hoje as pessoas vão acender velas para as almas naquele local. No inicio do século XIX o soldado Francisco José de Chagas, o Chaguinhas foi condenado a morte por enforcamento em praça pública por incitar e liderar uma rebelião por atrasos nos salários.


Em sua execução no Campo da Forca a corda da forca se rompeu por três vezes, os presentes aplaudiram e começaram a pedir pela liberdade do condenado, acreditando tratar-se de um milagre. Chaguinhas foi morto a pauladas e enterrado no Cemitério dos Escravos, localizado entre a Rua dos Estudantes e a Almeida Júnior. A capela do Cemitério dos Escravos é a atual Igreja dos Aflitos, que ainda existe por lá.


Antes de se tornar o principal reduto da comunidade oriental na cidade, o bairro paulistano da Liberdade era chamado de Distrito Sul da Sé, pois era parte do Distrito da Sé, que fora estruturado em dois distritos, o do Sul e o do Norte, por ato da Câmara Municipal de 14 de março de 1833. O Sul da Sé teve suas divisas demarcadas em 1863 e alteradas em 1872. Por fim, em 20 de dezembro de 1905, uma lei criou o Distrito da Liberdade.

Em suas origens, no século 17, a Liberdade compreendia terras situadas ao longo do caminho que ligava o centro da cidade à Zona Sul, ao município de Santo Amaro. Esse caminho, conhecido como "caminho de Ibirapuera" ou "caminho de carro para Santo Amaro", saia do centro em direção ao sul pelo traçado atual da avenida Liberdade e da rua Vergueiro. Há registros de que esse caminho também tenha sido conhecido como "estrada nova para Santos". Nessa região, havia muitas chácaras, algumas de grande extensão territorial, onde era cultivado especialmente chá. Da divisão dessas chácaras nasceu o bairro da Liberdade.

O bairro abrigou, no século 19, o largo do Pelourinho, onde eram amarrados escravos fugitivos. Alí também ficava localizado o Largo da Forca, que recebeu essa denominação por ser local de execuções, entre as quais ficaram conhecidas as dos soldados Fransciso José das Chagas, o Chaguinhas, e Joaquim José Cotindiba, ocorridas em 1821. O enforcamento dos dois soldados, condenados por reclamar do soldo pago pela Coroa portuguessa, marcou a cidade de tal modo que foi erguida no local a capela de Santa Cruz dos Enforcados, hoje Igreja de Santa Cruz dos Enforcados. Com a abolição da pena de morte do Brasil, o Largo da Forca passou a chamar-se Largo da Liberdade.

No século 19, o centro de São Paulo foi ligado a Santo Amaro pelas linhas de bonde, cujos trilhos foram construídos no traçado do "caminho de carro". Uma parte desse caminho viria a ser a rua Domingos de Moraes. Na virada do século 19 para o século 20, a Liberdade começa a sofrer um forte processo de urbanização com alargamento de ruas, desapropriações de terras e imóveis, construções de praças e largos e calçamento de ruas com paralelepípedos.

Nessa época, a Liberdade era um bairro residencial habitado por imigrantes portugueses e italianos que, com o passar dos anos, deixariam ao bairro em direção a outras partes da cidade. Os traços orientais de prédios e residências só começaram a aparecer após a chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, em 1908, e ganharam impulso na década de 60. O bairro conheceu então as lanternas suzurano, os jardins japoneses e as festas típicas japonesas.

A influência oriental cresceu tanto que, em 1969, foi anunciado um plano de reurbanização do bairro dentro do processo de expansão da Linha 1-Azul do Metrô. Em 1974, aconteceu a criação do "Bairro Oriental", com ruas e praças do bairro inteiramente decoradas com motivos orientais, adquirindo características de uma autêntica cidade japonesa. Por fim, em fevereiro de 1975, foram inauguradas as estações Liberdade e São Joaquim do Metrô.


As primeiras casas surgem no inícuio do Século XX, mas o Bairro da Liberdade desenvolve-se após a primeira Grande Guerra (1914/1918) com a afluência de gentes da província, á semelhança de outros bairros degradados. Logo se seguem outros núcleos de habitações rudimentares nas imediações da estação do caminho-de-ferro, na Rabicha, no Tarujo e em Santana, junto à ribeira, nos anos 20 e 30.

Por volta de 1920, altura em que se ligou ao Bairro dos Arcos, um pouco mais antigo, o bairro começa expandir-se.

Conta-se que dois indivíduos, um tal Ferro e outro, começaram a vender terrenos a preços convidativos, e quando se descobriu que os terrenos eram do município já eles tinham abalado para o Brasil.

A designação Bairro da Liberdade deveu-se ao republicano Carlos Rodrigues dos Santos, o "Carlos da Parteira", que de acordo com a memória local batizou as primeiras crianças que ali nasceram com os nomes de Libertino e Libertina.

Durante a 1ª Républica, o Bairro da Liberdade foi palco de grande agitação, com a greve dos ferroviários na estação de Campolide em Janeiro de 1911, em luta pelas 8 horas de trabalho, e que culminaria com o governo a mandar ocupar militarmente a estação do Rossio. Outras greves importantes dos ferroviários se seguiram em 1914 e 1917.

Em 7 de Outubro de 1911, presos monárquicos do Norte chegam a Lisboa, à estação de Campolide, e organiza-se uma forca caudina (emboscada), apoiada pelo jornal "Mundo" de França Borges e criticada pelo intransigente de Machado Santos.

A partir dos anos 20 o bairro cresce ao longo da linha dos caminhos de ferro e começa a ganhar a forma que manteve até o inicio dos anos 90, a Rua B, a Rua C, a Calçada da Estação, o Bairro dos Arcos, o Casal do Sola (nos séculos XVIII e XIX, considerado um pedaço de Sintra em Lisboa, pela sua natureza e calma arborifera) e a Rua A rapidamente se povoa
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Características




A influência cultural pode ser sentida nas ruas de luminárias tipicamente orientais (onde até as placas dos estabelecimentos são escritas em caracteres orientais) e nas feiras temáticas que acontecem periodicamente.

Lá se encontram diversos artigos típicos da cultura oriental e japonesa, sendo, então, um ótimo centro de compras destes produtos.
Do distrito da Liberdade também fazem parte o bairro da Aclimação, que nos últimos anos tornou-se uma área de concentração da colônia coreana, a região de várzea que dá nome ao bairro Várzea do Glicério, um enclave com população de baixo poder aquisitivo, e o bairro Morro da Aclimação, além do bairro da Liberdade.
Curiosamente a área mais conhecida do Bairro Liberdade, compreendida pelos arredores da estação Liberdade do metrô, encontra-se no distrito da Sé.

O distrito é atendido pela Estação São Joaquim do Metrô e Estação Liberdade do Metrô da Linha 1 (Azul) do Metrô de São Paulo.
Localiza-se em seu território o Parque da Aclimação, o 1° Distrito Policial, diversas universidades particulares, o Palácio do Trabalhador e os hospitais Servidor Público e Glória
Para homenagear a comunidade de moradores deste maravilho bairro, o Encontra São Paulo criou o Encontra Liberdade na cidade de São Paulo.

Os imigrantes que ajudaram na formação do bairro


Os imigrantes, foram os japoneses que constituíram no bairro da Liberdade, o primeiro núcleo colonial nipônico (cultura japonesa) do município de São Paulo. Hoje os reflexos desta presença são perceptíveis na paisagem local. Os imigrantes que voltavam das fazendas em direção a Capital e aqueles que permaneciam , quando desembarcavam na Hospedaria dos Imigrantes passaram, em sua maior parte, a ficar no bairro da liberdade.

A concentração de japoneses neste bairro, entre os anos de 1908-1942, pode ser justificada devido ao custo das moradias, relativamente baixo, quando comparado ao das moradias de outras localidades da capital paulista. Além disso, havia a possibilidade de sublocação (aluguel de imóveis para outras pessoas) das casas para terceiros, o que barateava os gastos e ainda, a localização do bairro também favorecia o acesso rápido a toda região central, representando possibilidades de emprego e, além disso, meios de transporte para locomoção às regiões mais afastadas do centro.

Fotos



Personagens ilustres do bairro



 

Os jornalistas Randolpho Marques Lobato e Tsuyoshi Mizumoto
 
A denominação de Bairro Oriental da Liberdade foi oficializada em 1969 pela Secretaria Municipal de Turismo. O projeto foi idealizado pelo jornalista Randolpho Marques Lobato  e pelo saudoso Tsuyoshi Mizumoto, que viram o bairro ser cortado pela via Leste-Oeste e a Avenida Liberdade escavada pela a construção da linha Norte-Sul do metrô.

Carlos da Parteira

A designação Bairro da Liberdade deveu-se ao republicano Carlos Rodrigues dos Santos, o "Carlos da Parteira", que de acordo com a memória local batizou as primeiras crianças que ali nasceram com os nomes de Libertino e Libertina.

Professor Masahiko Maruyama 

Uma orquestra formada pelo professor Masahiko Maruyama faz o primeiro concerto do pós-guerra em março de 1947, no auditório do Centro do Professorado Paulista, na Avenida Liberdade.

A inauguração de Yoshikazu Tanaka
Em 23 de julho de 1953, Yoshikazu Tanaka inaugurou na rua Galvão Bueno um prédio de 5 andares, com salão, restaurante, hotel e uma grande sala de projeção no andar térreo, para 1.500 espectadores, batizado de Cine Niterói

O bairro atualmente - Problemas sociais


Embora o Brasil tenha avançado na área social nos últimos anos, ainda persistem muitos problemas que afetam a vida dos brasileiros, e o Bairro da Liberdade não está livre deste problema.

Existem pessoas que não possuem condições habitacionais adequadas. Nas grandes e médias cidades é muito comum a presença de favelas e cortiços assim como no bairro da Liberdade. Encontramos pessoas morando nas ruas, e carroceiros. Nestes locais, as pessoas possuem uma condição inadequada de vida, passando por muitas dificuldades.


A distribuição de renda é desigual, sendo que uma pequena parcela da sociedade é muito rica, enquanto grande parte da população vive na pobreza e miséria. Embora a distribuição de renda tenha melhorado nos últimos anos, em função dos programas sociais, ainda vivemos  em um país muito injusto, onde pode-se ver claramente a diferença.

Pontos turisticos

  • Feira da Liberdade

  • Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil
 
 
  • Templo Busshinji Comunidade Soto Zenshu
 
 
  • Templo Quan Inn do Brasil 

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Curiosidades

  • Melhor pastelaria de São Paulo - Pastelaria Yoka


 
Deve ter sido assim, sem aplicar truques na clientela e fritando mil retângulos, igualmente sequinhos e dourados por dia. De domingo a domingo, que a Yoka foi eleita a melhor pelo juri da nova categoria de São Paulo. Instalada desde 1996, na rua dos estudantes na liberdade,A casa tem tradição familiar.
O pioneiro foi Takashi yokoyama, pai da proprietária da yoka, Luiza. Em 1967, ele já fritava pastéis para a molecada que frequentava as matinês do cine Riviera, Na Av.Lins de Vasconcelos, no Cambuci. Antes disso, o patriarca manteve uma pastelaria perto do mercadão. Já se vão 70 anos no ramo.
Hoje o clã administra três pastelarias em São Paulo. Duas yokoyama e uma yoka, está ultima independente as outras. Ali o esquema é escolher a combinação em um dos cardápios, Há versões em português, inglês, japonês e braille.
  • Rua Galvão Bueno



Em 23 de julho de 1953, Yoshikazu Tanaka inaugurou na rua Galvão Bueno um prédio de 5 andares, com salão,restaurante, hotel e uma grande sala de projeção no andar térreo, para 1.500 espectadores, batizado de Cine Niterói. Eram exibidos semanalmente filmes diferentes produzidos no Japão, para o entretenimento dos japoneses de São Paulo. A rua Galvão Bueno passa a ser o centro do bairro japonês, crescendo ao redor do Cine Niterói, tendo recebido parte dos comerciantes expulsos da rua Conde de Sarzedas. Era ali que os japoneses podiam encontrar um cantinho do Japão e matar saudades da terra natal. 
 
  • Cine Niterói 





Em 23 de julho de 1953, Yoshikazu Tanaka inaugurou na rua Galvão Bueno um prédio de 5 andares, com salão, restaurante, hotel e uma grande sala de projeção no andar térreo, para 1.500 espectadores, batizado de Cine Niterói. Eram exibidos semanalmente filmes diferentes produzidos no Japão, para o entretenimento dos japoneses de São Paulo.

A rua Galvão Bueno passa a ser o centro do bairro japonês, crescendo ao redor do Cine Niterói, tendo recebido parte dos comerciantes expulsos da rua Conde de Sarzedas. Era ali que os japoneses podiam encontrar um cantinho do Japão e matar saudades da terra natal. Na sua época áurea, funcionavam na região os cines Niterói, Nippon (na rua Santa Luzia – atual sede da Associação Aichi Kenjin kai), Jóia (na praça Carlos Gomes – hoje igreja evangélica) e Tokyo (rua São Joaquim – também igreja).

Em abril de 1964 foi inaugurado o prédio da Associação Cultural Japonesa de São Paulo (Bunkyô) na esquina das ruas São Joaquim e Galvão Bueno.


  • Livraria Sol 



Em 1º de janeiro de 1947 foi inaugurada a Livraria Sol (Taiyodo), ainda hoje presente no bairro da Liberdade, que passa a importar livros japoneses através dos Estados Unidos.


  • Rua Conde de Sarzedas

     

Em 1912 os imigrantes japoneses passaram a residir na rua Conde de Sarzedas, ladeira íngreme, onde na parte baixa havia um riacho e uma área de mangue.

Um dos motivos de procurarem essa rua é que quase todas tinha porões, e os aluguéis dos quartos no subsolo eram incrivelmente baratos. Nesses quartos moravam apenas grupos de pessoas. Para aqueles imigrantes, aquele cantinho da cidade de São Paulo significava esperança por dias melhores. Por ser um bairro central, de lá poderiam se locomover facilmente para os locais de trabalho.
Já nessa época começaram a surgir as atividades comerciais: uma hospedaria, um empório, uma casa que fabricava tofu (queijo de soja), outra que fabricava manju (doce japonês) e também firmas agenciadoras de empregos, formando assim a “rua dos japoneses”.

Em 1915 foi fundada a Taisho Shogakko (Escola Primária Taisho), que ajudou na educação dos filhos de japoneses, então em número aproximado de 300 pessoas.

Em 1932 eram cerca de 2 mil os japoneses em São Paulo. Eles vinham diretamente do Japão e também do interior, após encerrarem o contrato de trabalho na lavoura. Todos vinham em busca de uma oportunidade na cidade. Cerca de 600 japoneses moravam na rua Conde de Sarzedas. Outros moravam nas ruas Irmã Simpliciana, Tabatinguera, Conde do Pinhal, Conselheiro Furtado, Tomás de Lima (Hoje Mituto Mizumoto), onde em 1914 foi fundado o Hotel Ueji, pioneiro dos hotéis japoneses em São Paulo, e dos Estudantes.

Os japoneses trabalhavam em mais de 60 atividades, mas quase todos os estabelecimentos funcionavam para atender a coletividade nipo-brasileira.

  • A Expulsão

A vida não era fácil para os imigrantes japoneses que viviam em São Paulo, mas havia trabalho, comida e moradia. Nos anos 20 e 30, eles já estavam integrados à vida da cidade. Havia jogos de beisebol nos fins de semana, as crianças podiam estudar em escolas de ensino do idioma japonês. Podia-se saborear comida japonesa nas pensões e ler publicações em japonês.

Em julho de 1941, o governo ordenou a suspensão da publicação dos jornais em língua japonesa. Com o início da guerra no Pacífico, em 1942, o governo de Getúlio Vargas rompeu relações diplomáticas com o Japão, fechando o Consulado Geral do Japão (fundado em 1915 na rua Augusta, 297). No dia 6 de setembro, o governo decretou a expulsão dos japoneses residentes nas ruas Conde de Sarzedas e Estudantes. Somente em 1945, após a rendição do Japão, é que a situação voltou à normalidade na região.

  • Os Jornais Japoneses

     

    Em 12 de outubro de 1946 foi fundado o jornal São Paulo Shimbun, o primeiro no pós-guerra entre os nikkeis. Em 1º de janeiro de 1947 foi a vez do Jornal Paulista. No mesmo ano foi inaugurada a Livraria Sol (Taiyodo), ainda hoje presente no bairro da Liberdade, que passa a importar livros japoneses através dos Estados Unidos. A agência de viagens Tunibra, inicia as atividades no mesmo ano.


Uma orquestra formada pelo professor Masahiko Maruyama faz o primeiro concerto do pós-guerra em março de 47, no auditório do Centro do Professorado Paulista, na Avenida Liberdade.
  • Associação dos Lojistas

Em 1965 foi fundada a Associação de Confraternização dos Lojistas do Bairro da Liberdade, precursora da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade – ACAL, sob a presidência de Yoshikazu Tanaka, para defender os interesses do bairro perante as autoridades municipais e estaduais. Com a crescente criminalidade do bairro, promovem encontro com os responsáveis pela Secretaria de Segurança Pública, Polícias Civil e Militar.

A Liberdade passa a ser o local de visita obrigatória para todos os visitantes da cidade. Em 1967, o bairro recebeu a visita do então Príncipe Herdeiro Akihito e da Princesa Michiko, hoje o Casal Imperial do Japão.

Na década de 60, as atividades e os interesses dos japoneses em São Paulo foram conduzidas pela Associação Cultural Japonesa (hoje Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa) e pela Associação dos Lojistas, pois eram as duas entidades mais representativas da comunidade.
  • Nova Urbanização

O ano de 1968 representou o início das mudanças no bairro. A Diametral Leste-Oeste obrigou o cine Niterói, marco inicial da prosperidade do bairro, a se mudar para a esquina da avenida Liberdade com a rua Barão de Iguape (atualmente funciona no local o Hotel Barão Lu). A rua Conselheiro Furtado, que era estreita, foi alargada, diminuindo a força comercial do local. Além disso, com a construção da estação Liberdade do metrô, na década de 70, alguns pontos comerciais das ruas Galvão Bueno e na Avenida Liberdade desapareceram.

A Liberdade deixou de ser um reduto exclusivo dos japoneses. Muitos deixaram de residir na região, mantendo apenas seus estabelecimentos comerciais. Com isso, o bairro passou a ser procurado também por chineses e coreanos.

Além e lojas, restaurantes e bares orientais, o bairro passou a oferecer outros atrativos. A praça da Liberdade é utilizada como palco para manifestações culturais, como o bon odori, dança folclórica japonesa. Os palcos dos cinemas japoneses passaram a receber também artistas e cantores japoneses.

Graças à iniciativa da Associação da Liberdade, o bairro recebeu decoração no estilo oriental, com a instalação de lanternas Suzurantõ. Em 1973, Liberdade foi vencedora do concurso de decoração de ruas das festas natalinas.

Em 28 de janeiro de 1974, a Associação de Confraternização dos Lojistas passou a ser chamada oficialmente de Associação dos Lojistas da Liberdade. Seu primeiro presidente, Tsuyoshi Mizumoto, buscou a caracterização do bairro oriental. A Feira Oriental passou a ser organizada nas tardes de domingo, com barracas de comida típica e de artesanato, na praça da Liberdade. 

No dia 18 de junho de 1978, por ocasião da comemoração dos 70 anos da imigração japonesa no Brasil, iniciou-se a prática do Radio Taissô, na praça da Liberdade. São dezenas de pessoas que fazem uma sessão diária de ginástica.

Nas décadas de 80 e 90, pequenas mudanças ocorreram no bairro. As casas noturnas foram gradativamente substituídas por karaokês, uma nova mania que começava a tomar conta do bairro. As principais atividades culturais da Liberdade são realizadas com a promoção da ACAL e fazem parte do calendário anual do município:

*Abril – Hanamatsuri – Festival das Flores, em conjunto com a Federação das Seitas Budistas. O desfile do grande elefante branco carregando o pequeno Buda acontece no sábado.

*Junho – Campenato de Sumô da Liberdade – grande campeonato com atletas de todo o país. Realiza-se aqui a seleção dos atletas juvenis que representarão o Brasil no Campeonato Mundial de Sumô. A arena (dohyo) e as arquibancadas são montadas em plena praça da Liberdade.

*Julho – Tanabata Matsuri – Festival das Estrelas, em conjunto com a Associação Miyagui Kenjinkai. As principais ruas do bairro são enfeitadas com bambu e grandes enfeites de papel simbolizando as estrelas. Os visitantes colocam um pedaço de papel com pedidos.
 
*Dezembro – Toyo Matsuri – Festival Oriental. Apresentação de várias manifestações culturais do oriente. O bairro recebe o Nobori, coloridas bandeiras verticais.
 
*Dezembro – Moti Tsuki – Festival de Final do Ano. O arroz é socado em pilão para a confecção do moti (bolinhos de arroz) que é distribuído aos presentes para dar sorte. Sempre no dia 31 de dezembro.